Menos de 5% dos endividados em Mato Grosso aderiram ao programa Desenrola Brasil, do Governo Federal, cuja plataforma passou a funcionar em outubro deste ano. Dados do Ministério da Fazenda aponta que menos de 20 mil moradores do Estado aderiram ao programa, embora haja cerca de 401 mil devedores elegíveis ao programa.
Juntos, os valores devidos atingiram R$ 96,6 milhões, mas com os descontos o valor reduziu para R$ 17,1 milhões e cada devedor negociou, em média, duas dívidas.
Um dos problemas para a baixa adesão também se deve aos juros do cartão de crédito. A maior parte das dívidas dos mato-grossenses é com o cartão.
“O Desenrola demonstrou que esse [juros abusivos] é um dos grandes problemas do país. As pessoas estão com uma dívida, às vezes 10 vezes o valor do crédito original, a pessoa devia R$ 1.000 no cartão, dali a x meses estava em R$ 10 mil, e não conseguia mais pagar. Aí o desenrola mostrou o quê? Que os descontos chegavam às vezes até 95%, 97%, por quê? Porque os juros acumulados eram de tal ordem, que mesmo dando esse desconto, compensava para o banco receber”, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A partir de agora os juros acumulados em casos de atraso no pagamento da fatura do cartão de crédito não poderão ultrapassar o valor da dívida original.
O teto para os juros do rotativo do cartão de crédito já estava previsto na Lei do Desenrola, sancionada pelo presidente Lula, em outubro. O ministro salientou que essa medida é um passo significativo para corrigir distorções no sistema bancário brasileiro, onde muitas pessoas acabam com dívidas até dez vezes superiores ao valor original devido aos altos juros acumulados.
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