A produção mato-grossense de grãos deve chegar a 89,5 milhões de toneladas, 11,3% menor do que a safra recorde alcançada no ano passado. As informações são do 4º Levantamento para a safra 2023/24, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quarta-feira (10), traz uma nova redução na estimativa de colheita no atual ciclo.
No país, também é prevista a redução da produção para 302,5 milhões de toneladas, 2,45% menor do que na safra 2022/2023 que alcançaram 310,1 milhões de toneladas.
As condições climáticas instáveis, com chuvas escassas e mal distribuídas aliadas a altas temperaturas na região central do país, além de precipitações volumosas na região Sul, provocaram e ainda persistem no atraso do plantio da safra, além de influenciarem de maneira negativa no potencial produtivo das lavouras.
“A atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos. As dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que geram incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores”, pondera o superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Aroldo Antonio de Oliveira Neto.
Principal cultura cultivada no país, a soja deve apresentar uma produção de 155,3 milhões de toneladas. O resultado representa uma quebra de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas. Chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas influenciaram de maneira negativa tanto no plantio como no desenvolvimento das lavouras. As condições climáticas também foram determinantes para alguns produtores migrarem para outras culturas, contribuindo para a redução da área em relação ao levantamento divulgado em dezembro.
Em Mato Grosso, principal produtor da oleaginosa no país, é prevista redução de 11,8% na produção alcançando 40,2 milhões de toneladas. Da mesma forma é prevista queda na produtividade em 12,8% e aumento de 1,1% na área plantada de 12,2 milhões de hectares.
O arroz é a única cultura no Estado com estimativa de alta na produção. É esperada a colheita de 318,4 mil toneladas, 14,8% a mais do que na safra passada, que alcançou 277,4 mil toneladas. Houve aumento de 20,7% na área plantada saltando de 74,9 mil hectares para 90,4 mil hectares.
No Brasil, a previsão da safra brasileira de 2023/24 é de 7,2% a mais do que a safra de 2022/23, com um volume de 10,8 milhões de toneladas. Estima-se uma manutenção do consumo nacional em 10,3 milhões de toneladas. A recuperação produtiva e a menor oferta de importantes países exportadores, possivelmente, resultarão em um aumento para 2 milhões de toneladas no volume exportado pelo Brasil. Projeta-se uma manutenção do volume importado em 1,5 milhão, em razão ainda da necessidade de recomposição da oferta nacional. Os estoques devem ficar próximos da estabilidade, estimados em 1,7 milhão de toneladas.
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