Apesar das apreensões pertencerem a operações diferentes, a polícia investiga quem são os financiadores do crime, depois de reunir depoimentos e conteúdo dos celulares apreendidos. Os suspeitos são acusados de desmatar áreas de preservação para a extração de minérios, ação que agride fortemente o meio ambiente e coloca em risco as nascentes dos rios da região.

Segundo o delegado Rodrigo Vitorino, ambos garimpos estavam em reservas legais de propriedades rurais em que uma empresa mineradora tem o direito de exploração do solo.

“O titular do direito minerário pode explorar de que fato o remanejamento Florestal, mas outras pessoas que não tenham autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM), não podem explorar aquela região. São pessoas que não têm autorização da ANM nem permissão do titular do direito minerário para realizar a extração daqueles locais. Degradando o meio ambiente, sem qualquer tipo de recuperação da área, é atingindo inclusive nascentes locais”, diz.

De acordo com a polícia, a empresa que tem o direito de uso de parte da terra não está envolvida com os crimes cometidos pelos garimpeiros ilegais presos.

Ao todo, foram seis dias de trabalho em região de mata fechada, para alcançar os pontos de usurpação de matéria-prima da União por extração ilegal de ouro. O principal objetivo das operações é descapitalizar as organizações criminosas que, ao usurpar de ouro de origem ilegal, financiam diretamente a degradação do meio ambiente, gerando enorme dano social, além do desequilíbrio no mercado financeiro.

No primeiro dia de ação, segunda-feira (26), os policiais entraram em um sistema de mina aberto durante o cumprimento de mandados de prisão contra nove garimpeiros investigados por extração ilegal de ouro próximo à Reserva Ecológica do Bananal. Houve ainda a apreensão de 279 gramas de ouro.

Além da desocupação da área, os policiais destruíram instrumentos e maquinários que eram usados na extração ilegal de ouro, além de espoletas utilizadas para ignição dos explosivos, dois galões de 50 litros de diesel, dois geradores à combustão, duas britadeiras elétricas e três detectores de metais.

Já durante a Operação Mina Ernesto, foram encontrados garimpos tipo aluvião, com a utilização de pá-carregadeira, que foi apreendida pela Polícia Federal e será destinada à órgãos de segurança pública.

No local foram destruídos duas bombas d’água, um motor de dragagem, uma estrovenga e um moinho de garimpagem, além de diversas barracas e ferramentas manuais. Ainda foram inutilizados no local cerca de 400 litros de diesel. Houve a apreensão ainda de 02 frascos contendo mercúrio.

Após o encerramento das atividades de campo, as investigações terão continuidade para identificar os financiadores dessa atividade ilegal e o possível envolvimento de proprietários rurais da região.

Os depósitos aluvionares, constituem uma área onde houve acúmulo de sedimentos clásticos (fragmentos de outras rochas). Estes depósitos são caracterizados devido aos seus constituintes serem muito retrabalhados, além de mutáveis devido às erosões fluviais.

A extração mineral no Aluvião ocorre a céu aberto, podendo ser executada em modelo de lavra rudimentar ou até mesmo em graus de variabilidade mecânica.