Preso na manhã desta quarta-feira (17) durante a Operação Diaphthora, o delegado de Peixoto de Azevedo, Geordan Fontenelle, foi candidato a vereador em Redenção, município do Estado do Pará, nas eleições municipais de 2020.
A ação da Corregedoria-Geral da Polícia Civil apura crimes de corrupção passiva, associação criminosa, e advocacia administrativa.
Na campanha, Geordan se intitulava “o delegado no povo” e teve como principal bandeira política a Segurança Pública. No total, ele recebeu 552 votos e não foi eleito. Dois anos depois, passou no concurso público da Polícia Civil de Mato Grosso e foi designado para a Delegacia de Peixoto de Azevedo.
Geordan, no entanto, ainda está em estágio probatório – período considerado de experiência no serviço público e, por isso, não tem a estabilidade concedida a servidores.
Considerado “midiático”, o delegado possui mais de 30 mil seguidores no Instagram e ostentava viagens internacionais. Entre as viagens mais recentes estão Egito, Dubai e os Estados Unidos. Nas fotos ele posa em diversos pontos turísticos.
A operação
Além do delegado, também foi preso um investigador da unidade, que ainda não teve a identidade revelada. De acordo com a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, as investigações iniciaram após denúncias recebidas no Núcleo de Inteligência, que apontavam o envolvimento de policiais civis, advogado e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo em situações como a solicitação de vantagens indevidas, advocacia administrativa e ainda o assessoramento de segurança privada pela autoridade policial, caracterizando a formação e uma associação criminosa no município.
Com o aprofundamento das investigações foram identificados os servidores envolvidos no esquema criminoso sendo o mentor e articulador, o delegado Geordan Fontenelle e um investigador da unidade, aliados a advogado e garimpeiros do município.
Entre os crimes praticados pela associação criminosa foi demonstrado no inquérito que o delegado e o investigador solicitavam o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos; exigiam pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.
Todos os esquemas e acertos levam à conclusão de que existia um verdadeiro “gabinete do crime”.
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