O grupo de militares que tomou o poder em um golpe de Estado no Gabão decidiu reabrir as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas a partir deste sábado (2). Elas estavam fechadas desde quarta-feira (30) quando o então presidente foi destituído.
A informação foi veiculada pela agência de notícias France Presse, que citou a fala de um porta-voz do exército do Gabão em uma TV estatal.
As Forças Armadas gabonesas tomaram o poder sob alegação de fraude nas eleições gerais do país, que ocorreram no fim de semana passado e indicaram a vitória do então presidente, Ali Bongo, no poder desde 2009. Desde então, o ex-mandatário do Gabão está em prisão domiciliar.
Os militares também anunciaram a dissolvição de instituições como o Senado e a Assembleia Nacional, anunciaram um toque de recolher noturno e cortaram os serviços de internet no país.
Disputa no Gabão
O Gabão tem 2,3 milhões de habitantes, dos quais mais de 30% vivem em condição de pobreza. O país foi governado pela família Bongo durante 56 anos, ou seja, todo o período depois de a nação se tornar independente da França.
Em 2019, Ali Bongo foi alvo de uma tentativa de golpe militar. Os autores do plano foram presos, e o governo determinou um toque de recolher na capital e cortou o acesso à internet.
Após o anúncio do golpe, centenas de pessoas foram às ruas em tom de comemoração pela saída de Bongo do poder – vídeos nas redes sociais mostram celebrações nas ruas.
Recentemente, o Níger também enfrentou um golpe. Uma junta militar tomou o poder no fim de julho. O país era uma das poucas democracias na região conhecida como Sahel, que abrange uma faixa do continente africano.
Especialistas afirmam que a África tem se tornado um campo de batalha entre a Rússia e o Ocidente, com disputa por influência na região do Sahel. Recursos naturais abundantes em alguns países africanos são um ponto importante no interesse pela região.