Uma investigação realizada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) revelou um amplo esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos envolvendo contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais em Mato Grosso. A Operação Gomorra, deflagrada nesta quarta-feira (7), expôs a atuação de uma rede de corrupção que inclui o município de Sorriso, onde o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 136 mil.
Segundo o Ministério Público, o esquema fraudulento era comandado por quatro empresas pertencentes a uma mesma família, que utilizavam um sistema de “cartões coringa” para desviar combustíveis e cobrar valores abusivos em contratos com a administração pública. Em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, o sobrepreço e o desvio de combustíveis foram detectados por meio de contratos analisados desde 2020.
A investigação também revelou que a esposa, irmã e sobrinhos de Edézio Correa, empresário já réu colaborador em outro processo, são figuras centrais na organização criminosa. Foram presos Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, Roger Correa da Silva, Waldemar Gil Correa Barros, Eleide Maria Correa e Janio Correa da Silva. Karoline Quatti Moura, que também figura entre os investigados, não teve mandado de prisão expedido.
As empresas envolvidas – Centro América Frotas Ltda, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda, Pantanal Gestão e Tecnologia Ltda e Pontual Comércio Serviços Terceirizações Ltda – atuam em diferentes setores, como fornecimento de combustíveis, locação de veículos, materiais de construção e até produtos médico-hospitalares, sempre com o objetivo de fraudar licitações e obter ganhos ilícitos.
Nos últimos cinco anos, as empresas envolvidas receberam pagamentos que somam R$ 1,8 bilhão, conforme informações do Radar MT do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas empresas investigadas e na Prefeitura de Barão de Melgaço.
Diante da complexidade do caso, o Naco já sinalizou a possibilidade de novas fases da Operação Gomorra, que devem focar nas demais prefeituras e câmaras municipais que mantêm contratos com as empresas suspeitas. As investigações continuam, com o objetivo de responsabilizar todos os envolvidos e recuperar os valores desviados.
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Assessoria